Não é magia, é lógica! A ciência por trás do seu raciocínio

Marcio Vinicius de Melo de Alvarenga

Conhecendo a inteligência lógico-matemática

Marcio Vinicius de M. de Alvarenga – Imagem criada pela IA Leonardo AI, em 03 abr. 2025, às 12h25min.

Conhecido popularmente por sua Teoria das Inteligências Múltiplas, Howard Gardner é um psicólogo e pesquisador estadunidense nascido em 1943. Em 1983, em sua obra Frames of Mind: The Theory of Multiple Intelligences, ele argumenta que a inteligência não é um conceito único, mas sim um conjunto de habilidades distintas, e que cada pessoa possui diferentes capacidades cognitivas. Portanto, cada indivíduo apresenta habilidades mais desenvolvidas em algumas áreas do que em outras.

Gardner identificou inicialmente sete tipos de inteligência, posteriormente ampliando esse número para nove. Entre elas estão: linguística, lógico-matemática, espacial, musical, corporal-cinestésica, interpessoal, intrapessoal, naturalista e existencial. Sua teoria questionou o modelo tradicional de inteligência, que priorizava apenas habilidades lógicas e linguísticas, e revolucionou a educação e a psicologia ao propor uma visão plural da mente humana. Além de defender abordagens pedagógicas personalizadas, considerando as diferentes habilidades dos alunos, sua teoria é usada para promover métodos de ensino mais inclusivos.

Conforme definida por Gardner, a inteligência lógico-matemática é uma das mais valorizadas tradicionalmente, mas vai muito além de cálculos e fórmulas.

Essa inteligência não se refere apenas à capacidade de raciocinar logicamente e resolver problemas matemáticos, mas também envolve a identificação de padrões, a dedução de princípios e a habilidade de lidar com conceitos abstratos de forma eficaz.

Agora que já sabemos do que se trata, que tal conhecer melhor as principais características dessa inteligência e como desenvolvê-la?

Características da inteligência lógico-matemática

Fonte: Extra Globo.com

As características centrais da inteligência lógico-matemática se manifestam por meio de capacidades cognitivas fundamentais. Entre as principais estão: abstração, raciocínio dedutivo e indutivo, análise sistemática de problemas, categorização e classificação, formulação e teste de hipóteses, além da habilidade de cálculo mental e agilidade numérica.

Abstração

É a competência para lidar com conceitos teóricos e relações não físicas, como números, fórmulas e símbolos. Pessoas com essa habilidade conseguem pensar de forma mais conceitual e generalizar situações específicas.

Raciocínio dedutivo e indutivo

O raciocínio dedutivo parte do geral para o específico, por meio de premissas que justificam uma conclusão. Um exemplo clássico é o silogismo: “Todos os humanos são mortais. Sócrates é humano. Logo, Sócrates é mortal.”

Já o raciocínio indutivo parte de observações para formar generalizações. Exemplo: “Vi três cisnes brancos; portanto, todos os cisnes são brancos.” Essa conclusão, embora lógica, não é absolutamente certa, pois há cisnes pretos. A indução é essencial na construção do conhecimento, mesmo sem garantir certeza.

Análise sistemática de problemas

Fonte: Pixabay.

Consiste na capacidade de decompor um problema complexo em partes menores para encontrar soluções mais claras e eficazes. Exemplo: “O café ficou amargo.” O que pode ter dado errado? Foi a moagem? A temperatura da água? O método de preparo?

Categorização e classificação

Categorização é o processo de agrupar ideias ou informações com base em semelhanças e diferenças. Por exemplo: “Estes animais são mamíferos, aqueles são répteis.”

A classificação é um passo além: consiste em organizar elementos em um sistema hierárquico. Exemplo: em uma classificação de materiais escolares com base no uso, “lápis, caneta e borracha” ficariam na categoria escrita.

Formulação e teste de hipóteses

Base do método científico, envolve criar afirmações e realizar experimentos para comprovar ou refutar ideias. É uma prática essencial na matemática e nas ciências em geral.

Habilidade de cálculo mental e agilidade numérica

Trata-se da capacidade de manipular números com rapidez e precisão, sem a necessidade de apoio de ferramentas externas.

Desenvolvendo a inteligência lógico-matemática

Fonte: Mercado Livre.

O desenvolvimento dessa inteligência não acontece apenas por meio da resolução de problemas matemáticos. Ela pode ser estimulada de diversas formas, em diferentes contextos do cotidiano.

Praticar jogos de raciocínio, como o xadrez, que exige planejamento, antecipação de jogadas e cálculo de variáveis, é uma excelente forma de exercitar essa habilidade. Jogos simples, como o jogo da velha, e desafios como quebra-cabeças e enigmas também são recursos eficazes.

Além disso, atividades do dia a dia, como seguir uma receita culinária (que envolve medidas, sequência lógica e tempo), organizar tarefas de forma estratégica ou participar de debates com argumentos bem estruturados, ajudam a fortalecer o pensamento lógico. O importante é desafiar a mente constantemente, testando novas formas de pensar, organizar e resolver.

Dessa forma, a inteligência lógico-matemática se desenvolve não apenas em ambientes acadêmicos, mas também na vida prática, tornando-se uma ferramenta valiosa para lidar com desafios diversos. E aí, o que você conseguiu entender sobre a inteligência lógico-matemática? Se fosse para fazer algo que estimulasse essa forma de raciocínio, qual atividade escolheria? A lógica está em tudo – só falta você se envolver!


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